O envelhecimento da população trouxe desafios que vão além das questões médicas. Entre eles, está a criação de ambientes que proporcionem conforto, segurança e suporte terapêutico para idosos com demência, especialmente os portadores de Alzheimer. Segundo o estudo de Sousa e Maia (2014), "o ambiente físico possui grande potencial para contribuir com a melhora dos sintomas da Doença de Alzheimer, sendo possível criar espaços que minimizem confusões e promovam a orientação espacial."
A progressão do Alzheimer, com sintomas como perda de memória, desorientação e alterações de humor, exige ambientes que favoreçam a autonomia e minimizem riscos. Baseando-se em evidências do estudo citado, algumas estratégias podem transformar a arquitetura em um recurso terapêutico:

Arquitetando Ideias
Ideias sobre arquitetura, design, decoração e interiores com arq. Elenara Stein Leitao
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Nos últimos anos, o Brasil tem vivenciado um fenômeno demográfico que impacta diretamente várias áreas da sociedade: o envelhecimento acelerado da população. De acordo com o Censo 2022, atualmente mais de 32 milhões de brasileiros têm 60 anos ou mais, representando cerca de 15,8 % da população total. Este crescimento demográfico, impulsionado por avanços na medicina e na qualidade de vida, coloca em destaque a necessidade de adaptações em diversos setores, incluindo a arquitetura.
Você já reparou como, em algumas casas, tudo parece ter uma história? Aquele cantinho cheio de objetos acumulados, que aos olhos de uns pode parecer bagunça, mas para quem mora ali carrega memórias, afeto e até um certo conforto. Agora, imagine quando esse apego aos objetos ou o descuido com o lar e a própria aparência passam do ponto e começam a afetar a qualidade de vida de alguém, especialmente de uma pessoa idosa.
Isso é mais comum do que pensamos e pode estar relacionado a questões como a Síndrome de Diógenes ou o Transtorno de Acumulação. Não estamos falando apenas de “gostar de guardar coisas”, mas de situações que podem trazer muitos desafios para quem vive e para quem convive. Como arquitetos e apaixonados por transformar espaços, acreditamos que o ambiente tem um papel fundamental na qualidade de vida – mesmo (e principalmente) em casos tão delicados como esses.
Vamos explorar como o design de interiores e a arquitetura podem ajudar a criar espaços mais funcionais, acolhedores e seguros para quem enfrenta esses desafios. Afinal, todos merecemos um lar que inspire cuidado e bem-estar!A inteligência artificial e seus múltiplos aplicativos veio para ficar. Não adianta lutar contra o progresso. Mas como fazer com que ela auxilie a aquisição de conhecimento e não seja apenas uma ferramenta de gerar conteúdo para o ser humano? Afinal, que graça tem um livro ou um artigo totalmente gerado por uma IA?
Usei um prompt simples: "Use a técnica de Feynman para criar um plano de estudos para aprender sobre espaços de gerontoarquitetura de modos que possa usar a regra de Pareto neste esforço"
Explicando primeiro o que são estas técnicas que, a de Pareto eu já tinha ouvido falar, mas na verdade nunca estudei a fundo, e a de Feynman vi em uma postagem de rede social como sendo uma técnica criada por Nobel (embora pelo que entendi tenha sido criada por um vencedor do Nobel):Nos últimos anos, vimos mudanças significativas nas terminologias usadas para designar espaços dedicados aos cuidados de idosos. O que antes chamávamos de "asilos", agora atendem por nomes mais técnicos, como Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). Apesar da tentativa de modernizar o discurso, o problema central permanece: muitas vezes, esses lugares ainda são percebidos como "depósitos de velhos", reflexo de uma sociedade que não sabe lidar com o envelhecimento.
Essa realidade nos convida a uma reflexão profunda. Falhamos, como sociedade, ao transformar a velhice em um período de isolamento e descarte. No entanto, há caminhos possíveis para mudar esse cenário. Como arquiteta e pesquisadora da relação entre envelhecimento e espaços construídos, acredito que pequenas ações podem criar grandes mudanças. Abaixo, apresento três abordagens que unem saúde mental, arquitetura e convivência, para projetar um futuro mais digno para nossos idosos.Transformar nossas cidades em ambientes mais inclusivos não é apenas um desejo; é uma necessidade urgente. Basta caminharmos a pé em ruas de nossas urbes para notar que existem vários obstáculos para os pedestres. Sabendo disso, fiquei pensando em como planejar ações simples e imediatas que pudessem ajudar a alcançar essa meta de forma estratégica e eficaz. Pensei então aplicar uma ferramenta chamada a técnica dos 6 Chapéus do Pensamento, de Edward de Bono. Na arquitetura e urbanismo, ela pode ser um recurso valioso para projetar espaços mais inteligentes e humanizados. Ao considerar aspectos como a funcionalidade, a estética, o impacto ambiental e as necessidades da comunidade, podemos criar soluções arquitetônicas que vão além das expectativas.